Evanildo Bechara, renomado gramático e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), faleceu aos 97 anos nesta quinta-feira, 22, no Rio de Janeiro. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos, segundo informou a ABL. Bechara estava internado em um hospital de Botafogo após lutar contra sequelas de uma fratura no fêmur no ano passado. Ele ocupava a Cadeira nº 33 da ABL desde 2000, sucedendo Afrânio Coutinho.
Autor de obras fundamentais para o estudo da língua portuguesa, como “Moderna Gramática” e “Gramática Fácil”, Bechara deixou um legado marcante na linguística. Nascido no Recife em 1928, mudou-se para o Rio de Janeiro ainda jovem, onde teve contato com o professor Manuel Said Ali, figura influente em sua carreira. Aos 17 anos, publicou seu primeiro ensaio, “Fenômenos de Intonação”, iniciando uma trajetória de destaque no meio acadêmico.
Além de sua atuação na ABL, Bechara foi membro de instituições como a Academia das Ciências de Lisboa e recebeu títulos honoríficos, incluindo o doutorado honoris causa pela Universidade de Coimbra. Sua contribuição foi reconhecida com medalhas como José de Anchieta e Oskar Nobiling, consolidando-o como uma das maiores autoridades em língua portuguesa do país. Sua morte coincide com a eleição do crítico Paulo Henriques Britto para a ABL, ocupando a cadeira deixada pela escritora Heloisa Teixeira.