O governo anunciou um bloqueio orçamentário de R$ 31,3 bilhões, superando as expectativas do mercado, que previa um valor entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões. A medida, inicialmente vista como positiva para o controle de gastos, foi acompanhada por um aumento inesperado da alíquota do IOF em operações financeiras, incluindo remessas ao exterior por fundos de investimento. A mudança, que não foi discutida com o Banco Central, pegou o mercado de surpresa e foi interpretada como um controle de capitais, gerando preocupação entre investidores.
Diante da reação negativa, o governo recuou na taxação dos fundos, reconhecendo que a medida poderia inviabilizar investimentos e não traria a arrecadação esperada. O ministro da Fazenda admitiu que houve falhas na avaliação técnica e que a revisão foi necessária. O mercado reagiu com alívio, e os indicadores financeiros, como o Ibovespa e o dólar, se estabilizaram após o anúncio do recuo.
Apesar da correção, a instabilidade nas regras tributárias deixou um clima de desconfiança entre investidores. Especialistas destacam que mudanças abruptas em políticas econômicas podem desestimular investimentos, mesmo quando o governo demonstra disposição para revisar decisões. O episódio reforça a importância de uma comunicação clara e alinhada com o mercado para evitar crises desnecessárias.