O governo federal revogou parte do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para remessas e investimentos no exterior, anunciado na quinta-feira (22), após pressão do mercado financeiro. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil avaliam que a medida beneficia principalmente uma camada privilegiada da população, capaz de realizar operações internacionais, enquanto o restante dos contribuintes continua sujeito aos reajustes mantidos, como nas compras com cartão de crédito e na aquisição de moeda estrangeira. O ministro da Fazenda justificou a revisão como forma de evitar distorções, mas críticos apontam que a decisão reflete a influência do setor financeiro na política econômica.
A revogação parcial do IOF ocorreu paralelamente ao bloqueio de R$ 31 bilhões no orçamento público, medida que impacta serviços essenciais como saúde, educação e infraestrutura. Professores de economia destacam que o recuo do governo reforça a tendência de priorizar interesses do mercado em detrimento de políticas sociais, como a Previdência e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Para especialistas, a mudança sinaliza que os mais ricos resistem a arcar com custos de programas sociais, transferindo o ônus para a população em geral.
A análise também ressalta que o contingenciamento de recursos tende a precarizar serviços públicos, afetando universidades, hospitais e outras áreas dependentes de financiamento. Enquanto o governo alega que o bloqueio é temporário para cumprir a meta de déficit zero, críticos argumentam que a medida aprofunda desigualdades, já que os setores mais vulneráveis sofrem os efeitos imediatos. A decisão sobre o IOF, portanto, ilustra a tensão entre ajuste fiscal e justiça social, com o poder financeiro moldando as escolhas econômicas.