O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que não pode auxiliar na retirada de uma palestina que viveu 16 anos no Brasil, mas não possui cidadania brasileira ou vínculo familiar direto com um cidadão do país. De acordo com o Itamaraty, a evacuação de residentes em áreas de conflito, como Gaza, exige negociações complexas com autoridades internacionais, e apenas brasileiros e seus familiares imediatos são elegíveis para resgate. Até agora, o governo já repatriou 127 pessoas desde outubro de 2023, incluindo 12 nesta semana.
A palestina em questão, que fala português fluentemente, relatou ter vivido no Rio de Janeiro durante sua infância e adolescência, mas não formalizou a nacionalidade brasileira. Em campanha nas redes sociais, ela expressou desespero diante da dificuldade de encontrar alimentos e água potável em Gaza, onde Israel bloqueia a maior parte da ajuda humanitária. Organizações internacionais alertam para níveis críticos de fome e desnutrição, com menos de 300 mil refeições diárias sendo distribuídas para a população.
A situação humanitária em Gaza se agravou desde o início dos ataques israelenses, com cerca de 90% dos residentes deslocados. Embora Israel tenha autorizado a entrada de 100 caminhões de ajuda recentemente, a quantidade é insuficiente perto dos 500 que chegavam diariamente antes da guerra. O governo brasileiro reiterou sua sensibilidade à crise, mas destacou a necessidade de cumprir protocolos internacionais para operações de evacuação.