O governo federal está considerando acabar com o desconto automático de mensalidades de entidades associativas nos pagamentos de aposentados e pensionistas do INSS. De acordo com o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), há uma avaliação de que os riscos e fragilidades do sistema atual não compensam, especialmente após investigações que revelaram possíveis desvios bilionários. Alternativas como PIX e boletos estão sendo vistas como opções mais seguras para que as entidades recebam contribuições diretamente dos associados.
As investigações apontam que algumas entidades cadastravam beneficiários sem autorização, usando assinaturas falsas, causando um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Além disso, há indícios de que parte dos recursos desviados possa ter sido ocultada por meio de criptomoedas. A AGU já solicitou o bloqueio de bens das entidades investigadas e o rastreamento desses valores.
O esquema envolvia dois tipos de fraudes: entidades que pagavam propinas a servidores públicos e outras que eram meramente de fachada, sem oferecer qualquer serviço aos associados. O presidente do INSS foi demitido após uma operação policial em abril, que resultou no afastamento de funcionários e na prisão de suspeitos. O governo promete uma decisão em breve, priorizando a segurança e o controle dos recursos dos aposentados.