O governo dos Estados Unidos revogou a autorização da Universidade Harvard para matricular estudantes internacionais, afetando cerca de 6.800 alunos, a maioria em programas de pós-graduação. A decisão, anunciada pelo Departamento de Segurança Interna, exige que os estudantes se transfiram para outras instituições ou deixem o país, sob risco de perderem seus vistos. A medida, que entra em vigor no ano letivo de 2025-2026, foi justificada pela alegação de que Harvard não cumpriu solicitações de documentos sobre seus alunos estrangeiros e mantém um ambiente hostil para certos grupos.
A universidade classificou a ação como ilegal e afirmou que está trabalhando para orientar os estudantes impactados. Alunos que se formam neste semestre não serão afetados, mas os demais terão que buscar transferência. Novos admitidos para setembro só poderão ingressar se a decisão for revertida ou houver intervenção judicial. O governo ofereceu à Harvard a chance de reverter a situação em 72 horas, atendendo a uma lista de exigências, incluindo registros disciplinares e gravações de protestos no campus.
Especialistas destacam que a remoção de Harvard do programa de intercâmbio é inédita por motivos políticos, já que casos anteriores envolveram apenas questões administrativas. A universidade está no centro de tensões com o governo desde abril, quando se recusou a limitar protestos pró-Palestina e políticas de diversidade. A medida segue uma série de ações federais contra a instituição, incluindo cortes de financiamento para pesquisas.