O governador de Goiás utilizou redes sociais para criticar uma ação do Supremo Tribunal Federal (STF) que, segundo ele, impede a Polícia Civil de capturar um líder de organização criminosa foragido no Rio de Janeiro. A operação, batizada de Hidra, prendeu 19 suspeitos de tráfico em Trindade, mas o principal alvo está protegido por uma facção no Complexo do Alemão. O governador argumenta que a ADPF 635, conhecida como “ADPF das Favelas”, restringe ações policiais em comunidades, criando uma “zona de livre mercado” para criminosos.
A ADPF 635 foi proposta em 2019 com o objetivo de reduzir a letalidade policial em favelas, impondo regras como justificativa prévia para operações e a presença do Ministério Público. No entanto, autoridades de Goiás afirmam que essas medidas limitam o combate ao crime organizado. O delegado-geral da Polícia Civil destacou que, apenas em 2024, 78 criminosos ligados a crimes no estado foram presos no Rio de Janeiro, evidenciando a dificuldade de atuação além das fronteiras estaduais.
A organização criminosa em questão controlava o tráfico em bairros de Trindade e é suspeita de envolvimento em cinco homicídios registrados no último ano. Além do líder foragido, outros três traficantes estariam operando a partir do Rio de Janeiro. O governador reforçou a necessidade de políticas de segurança integradas em todo o país, criticando o que chamou de “leniência” do governo federal diante do avanço do crime organizado.