A Alphabet, empresa controladora do Google, iniciou sua conferência anual de desenvolvedores, o Google I/O, com uma série de anúncios focados em inteligência artificial. O evento destacou os esforços da companhia para consolidar sua liderança no setor, especialmente com os modelos Gemini, enquanto tenta tranquilizar investidores preocupados com o impacto da IA generativa em seu core business: os resultados de busca. Em 2024, essa área gerou a maior parte da receita de US$ 350 bilhões da empresa, mas enfrenta pressão devido ao crescimento de chatbots como alternativas aos mecanismos tradicionais.
Analistas apontam uma mudança no comportamento dos usuários, que estão migrando para plataformas de IA, reduzindo a participação do Google no mercado de buscas. Estimativas sugerem que a fatia da empresa, antes próxima de 90%, pode cair para 65%-70% quando considerados os chatbots, com projeções de queda para menos de 50% em cinco anos. Além disso, processos antitruste movidos pelo Departamento de Justiça dos EUA ameaçam abalar ainda mais a posição dominante da companhia, incluindo a possibilidade de venda forçada de ativos como o navegador Chrome.
Para compensar essas ameaças, o Google está investindo pesadamente em IA, com previsão de aportes de US$ 75 bilhões em 2024, acima dos US$ 52,5 bilhões do ano anterior. Entre as novidades apresentadas estão melhorias no mecanismo de busca, como resumos gerativos e o AI Mode, além do Project Astra, um agente de IA conversacional. A empresa também explora novas fontes de receita, como assinaturas do Google One, que já ultrapassou 150 milhões de usuários, impulsionado por planos premium com acesso exclusivo a ferramentas de IA.