A companhia aérea Gol tem sua proposta de saída do Chapter 11, processo de recuperação judicial nos EUA, avaliada pela Justiça norte-americana nesta terça-feira (20). O pedido foi feito em janeiro de 2024, com dívidas estimadas em R$ 20 bilhões, e a decisão pode ser anunciada ainda hoje ou adiada, dependendo da análise do tribunal. A Gol já garantiu um financiamento de US$ 1,9 bilhão junto a credores e investidores, superando as expectativas iniciais, e busca reorganizar suas obrigações financeiras para fortalecer sua sustentabilidade no longo prazo.
Entre os motivos que levaram a Gol ao Chapter 11 estão as altas despesas com leasing de aeronaves, juros elevados e atrasos nas entregas de aviões pela Boeing, além dos impactos da pandemia de Covid-19, que pressionaram seu fluxo de caixa. Apesar do processo, a operação da empresa segue normalmente, assim como seu programa de fidelidade Smiles. A Gol também negocia uma possível fusão com a Azul, controlada pela holding Abra, enquanto mantém 33% de participação no mercado aéreo brasileiro.
A diferença entre o Chapter 11 e a recuperação judicial no Brasil inclui a possibilidade de pessoas físicas e jurídicas acessarem o benefício nos EUA, enquanto no Brasil apenas empresas podem fazê-lo. Além disso, nos EUA, os créditos são automaticamente suspensos durante o processo, incluindo contratos de leasing, o que não ocorre no sistema brasileiro. Especialistas destacam que a maior fluidez e jurisprudência consolidada nos tribunais americanos tornam o processo mais previsível em comparação com o Brasil, onde a legislação foi atualizada décadas depois.