Um jequitibá-rosa de 65 metros de altura e 5,5 metros de circunferência, o maior já catalogado no Brasil, foi descoberto na Reserva Biológica da Mata Escura, em Minas Gerais. A árvore, estimada em 300 anos, equivale à altura de um prédio de 22 andares e foi localizada durante uma expedição para monitorar muriquis-do-norte, espécie criticamente ameaçada. A identificação foi possível graças ao uso de drones com câmeras térmicas, tecnologia que tem revolucionado o monitoramento de flora e fauna.
A descoberta destaca a importância de áreas protegidas, como a Reserva Biológica da Mata Escura, gerida pelo ICMBio, para a conservação de espécies raras e árvores seculares. Segundo pesquisadores, a sobrevivência desse jequitibá-rosa se deve ao seu isolamento em uma floresta primária de difícil acesso, onde escapou do desmatamento que devastou grande parte da Mata Atlântica. O bioma, que perdeu cerca de 90% de sua cobertura original, ainda enfrenta desafios, embora Minas Gerais tenha reduzido o desmatamento em 25% entre 2023 e 2024.
A árvore agora integra um programa de monitoramento em parceria entre o ICMBio e a iniciativa Meta Florestal, reforçando a necessidade de preservação genética e coleta de sementes para garantir a perpetuação de espécies gigantes. A descoberta simboliza esperança para a biodiversidade, mas também serve como alerta para os impactos históricos da exploração madeireira e a urgência de proteger remanescentes florestais.