O gestor Andrew Reider, da WHG Asset, avalia que o atual momento do S&P 500, próximo de máximas históricas, não caracteriza uma bolha, mas exige critério redobrado. Ele destaca que, embora o valuation médio do índice esteja alinhado com os últimos anos, a dispersão entre ativos caros e baratos demanda um olhar mais seletivo. Reider enfatiza a importância do stock picking, já que empresas líderes em inteligência artificial, como a Nvidia, apresentam fundamentos sólidos e crescimento real, diferentemente da bolha das pontocom nos anos 1990.
O cenário político também preocupa, com a possível volta de Donald Trump à presidência dos EUA trazendo incertezas sobre políticas fiscais e tarifárias. Reider alerta que o mercado ainda não precificou adequadamente esses riscos, que poderiam ter impactos significativos. Além disso, ele critica análises superficiais baseadas apenas em múltiplos, destacando que a composição do S&P 500 e do Ibovespa mudou radicalmente, com empresas mais eficientes em termos de governança e modelos de negócios.
A WHG tem buscado oportunidades em geografias alternativas, como Europa, China e mercados emergentes, onde os prêmios de risco são mais evidentes. Reider admite que os EUA podem voltar a ser atraentes no curto prazo, mas reforça que a seleção de ativos será crucial. O gestor conclui que, em um ambiente de altos e baixos, a capacidade de identificar empresas com fundamentos robustos será o diferencial para os investidores.