Estudos recentes revelam que a tradicional curva de felicidade em formato de U, que indicava maior felicidade na juventude e na velhice, está se achatando devido ao declínio no bem-estar dos jovens. Pesquisadores do Global Flourishing Study, uma colaboração entre Harvard e a Universidade Baylor, analisaram dados de mais de 200.000 pessoas em 22 países e constataram que adultos jovens, entre 18 e 29 anos, estão enfrentando níveis mais baixos de felicidade. Problemas como saúde mental, falta de propósito, insegurança financeira e relacionamentos fragilizados estão entre os principais fatores que contribuem para esse cenário.
Text: A situação é particularmente grave nos EUA, onde a diferença de bem-estar entre jovens e idosos é mais acentuada. Pesquisas como a Youth Risk Behavior Survey (YRBS) destacam um aumento alarmante em ansiedade e depressão entre a Geração Z, especialmente entre mulheres jovens. Em 2023, 53% das estudantes do ensino médio relataram sentimentos persistentes de tristeza, quase o dobro da taxa entre os meninos. O estudo aponta que questões como pressão por conquistas, solidão e preocupações com crises globais estão exacerbando a crise de saúde mental nessa faixa etária.
Text: Os autores do estudo sugerem que a combinação de fatores como falta de direção, incertezas financeiras e isolamento social está redefinindo a trajetória da felicidade ao longo da vida. Enquanto a curva de florescimento só volta a subir após os 50 anos, a Geração Z enfrenta um período prolongado de insatisfação. A pergunta que fica, segundo os pesquisadores, é se a sociedade está investindo o suficiente no bem-estar dos jovens para reverter essa tendência preocupante.