Em depoimento ao Suprito Tribunal Federal (STF), o general Júlio Cesar de Arruda, ex-comandante do Exército, negou ter barrado a entrada da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) no acampamento bolsonarista em frente ao Quartel-General do Exército no dia 8 de janeiro de 2023. Ele afirmou que sua intenção era evitar confrontos e que as prisões deveriam ser feitas de forma coordenada, não imediata, como determinado pelo ministro Alexandre de Moraes. O general explicou que articulou uma ação conjunta com ministros para garantir a segurança, resultando em mais de 1.400 detenções no dia seguinte.
Arruda reconheceu o clima tenso na ocasião, mas negou lembrar se ter dito a um comandante da PMDF que “minha tropa é maior que a sua”. Sua prioridade, segundo o depoimento, era evitar uma escalada de violência. O episódio contribuiu para sua demissão pelo presidente Lula 23 dias após assumir o cargo, embora ele não tenha sido diretamente acusado de participação nos eventos golpistas.
Outras testemunhas militares ouvidas no processo, convocadas pela defesa de um dos envolvidos, descreveram o acusado como um profissional discreto e sem inclinação política aparente. O depoimento reforça a tese de que não houve participação direta de certos indivíduos na tentativa de golpe, embora o caso continue sob investigação.