A incorporação da BRF pela Marfrig, formalizada por meio de uma troca de ações, promete benefícios significativos aos acionistas de ambas as empresas. Os detentores de papéis da Marfrig receberão um prêmio de aproximadamente 38% sobre o valor atual, enquanto os da BRF terão ganhos entre 15% e 20%. Além disso, a transação inclui o pagamento de proventos extraordinários de até R$ 6 bilhões, divididos em R$ 3,5 bilhões pela BRF e R$ 2,5 bilhões pela Marfrig. A relação de troca foi estabelecida em 0,8521 ação da BRF para cada ação da Marfrig, com base em metodologia de valuation reconhecida pelo mercado.
Acionistas que optarem por não participar da nova companhia, denominada MBRF, terão 30 dias para exercer o direito de recesso e receberão R$ 19,89 por ação. A operação não exigirá aprovação do Cade, conforme análises já concluídas. Enquanto isso, a Marfrig reportou um lucro líquido de R$ 88 milhões no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 40,3% em relação ao mesmo período de 2024, impulsionado por receita líquida de R$ 38,5 bilhões e redução da alavancagem para 2,69 vezes.
A fusão também destaca a estratégia de integração entre as empresas, com sinergias estimadas em R$ 805 milhões. A operação América do Sul da Marfrig apresentou crescimento de 35,2% na receita líquida, compensando os desafios enfrentados na América do Norte, onde o Ebitda caiu 89,7% devido à escassez de animais e custos elevados. A aquisição de unidades da MFG Agropecuária reforçou o suprimento de matéria-prima, consolidando a posição das empresas no setor de proteínas.