Os fundos imobiliários (FIIs) de shopping centers no Brasil têm mostrado resiliência, superando os impactos da pandemia e o cenário de juros elevados. Dados do Itaú BBA indicam que a vacância nos principais fundos permanece abaixo de 10%, patamar considerado saudável, enquanto as vendas do setor cresceram 1,9% em 2024, alcançando R$ 198,4 bilhões. Além disso, a área bruta locável (ABL) expandiu com a inauguração de nove novos shoppings no ano passado, e a previsão para 2025 é ainda mais otimista, com 17 novos empreendimentos em construção.
Apesar da recuperação, parte dos FIIs enfrenta desafios relacionados ao endividamento, herança das estratégias de alavancagem adotadas durante a pandemia. Fundos como BBI1 e GZIT11 operam com índices de dívida acima da média do setor, enquanto outros, como BPML11 e CPSH11, mantêm níveis mais controlados. Com a alta dos juros, os fundos reduziram aquisições e passaram a depender mais de dívidas para honrar obrigações, o que exige um reequilíbrio na estrutura de capital.
O Itaú BBA destacou quatro FIIs como preferidos para investimento: HGBS11, HSML11, VISC11 e XPML11, baseando-se em indicadores como dividend yield, liquidez e endividamento. Outros cinco fundos receberam recomendação neutra devido a fundamentos menos atrativos ou alavancagem elevada. O relatório reforça que shoppings em grandes centros urbanos, como São Paulo, tendem a performar melhor, beneficiados pela densidade populacional e força econômica das regiões.