Fundada em 1964 por estudantes de engenharia da USP, a Gradiente tornou-se um símbolo da indústria eletrônica brasileira nas décadas de 1970 e 1980, aproveitando políticas de incentivo à produção nacional. Com fábrica em Manaus e aquisições estratégicas, como a Polyvox e a Garrard, a empresa dominou o mercado de aparelhos de som e até mesmo de videogames, tornando-se a única fabricante autorizada da Nintendo fora do Japão. No entanto, a abertura comercial dos anos 1990 trouxe desafios, com a crescente concorrência de produtos asiáticos, levando a empresa a uma crise financeira.
Nos anos 2000, a Gradiente passou por reestruturações, vendendo ativos como sua participação na NGI e a marca Philco. Em 2018, entrou em recuperação judicial, licenciando sua marca para uma importadora e focando na locação de galpões em Manaus como principal fonte de receita. Recentemente, a empresa anunciou uma nova aposta no setor de energia solar, com planos para fabricar inversores e, no futuro, painéis solares, buscando reconquistar espaço no mercado.
Um capítulo curioso de sua história recente foi a disputa judicial com a Apple pelo uso da marca iPhone no Brasil, registrada pela Gradiente em 2000 antes do lançamento do smartphone. O caso, ainda em análise pelo STF, ilustra os desafios e reinvenções de uma marca que marcou gerações e agora busca um novo lugar na economia brasileira.