Uma investigação da Polícia Federal revelou uma fraude que desviou mais de R$ 6 bilhões de aposentados e pensionistas do INSS entre 2019 e 2024. O esquema envolvia associações que realizavam descontos automáticos indevidos nos benefícios, utilizando documentos com assinaturas falsificadas para autorizar as cobranças. Pelo menos 4 milhões de pessoas foram afetadas, com valores variando entre R$ 30 e R$ 50 mensais, muitas vezes sem o conhecimento dos beneficiários. A operação resultou na prisão de seis suspeitos e no afastamento de servidores públicos ligados ao caso.
As associações investigadas, sediadas em Sergipe, receberam mais de R$ 300 milhões em contribuições em apenas 21 meses, com indícios de lavagem de dinheiro por meio de empresas laranjas. A Controladoria-Geral da União (CGU) recomendou a suspensão dos acordos com essas entidades em 2023, mas as medidas só foram implementadas tardiamente. O escândalo levou à demissão do então ministro da Previdência Social e do presidente do INSS, além de expor falhas no sistema de autorização de descontos.
Autoridades defendem a adoção de medidas mais seguras, como a biometria, para evitar novos golpes. O INSS afirmou que está trabalhando com órgãos de controle para aprimorar os procedimentos e garantir a segurança dos beneficiários. A PF orienta que vítimas de descontos não autorizados denunciem pelo site da instituição. O caso continua sob investigação, com expectativa de novas medidas para coibir fraudes no sistema previdenciário.