A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou um esquema articulado envolvendo associações e entidades que fraudavam beneficiários do INSS. As investigações revelaram que essas organizações utilizavam sites especializados em assinaturas digitais para filiar aposentados e pensionistas sem autorização, aproveitando brechas no sistema. Documentos mostram que as fichas de filiação eram falsificadas, com assinaturas digitais adulteradas, dando aparência de legalidade aos descontos não autorizados.
O esquema movimentou cerca de R$ 1 bilhão em descontos ilegais desde 2022, conforme dados do Portal da Transparência. Vítimas relataram ter sido filiadas sem consentimento, com documentos falsificados, incluindo números de RG inexistentes. Alertas técnicos do INSS sobre irregularidades nas fichas cadastrais foram ignorados por diretores, permitindo a continuidade dos descontos mesmo após denúncias. Um dos envolvidos na operação, já afastado pela Justiça, liberou os descontos sem análise adequada.
A CGU destacou que o objetivo da fraude era dar legitimidade aos descontos, enquanto as associações envolvidas evitavam prestar esclarecimentos. Defesas dos investigados afirmam que atuaram dentro da legalidade e estão à disposição para colaborar. O caso expõe falhas na fiscalização do INSS e a necessidade de maior controle sobre as entidades que intermediam descontos em benefícios previdenciários.