Sebastião Salgado, fotógrafo mundialmente reconhecido, manteve um vínculo profundo com Aimorés, sua cidade natal em Minas Gerais, onde nasceu e deixou seu maior legado ambiental. Mesmo após conquistar o mundo com sua arte, Salgado nunca esqueceu suas raízes, retornando décadas depois para liderar um ambicioso projeto de reflorestamento no Vale do Rio Doce. Sua morte, aos 81 anos, foi sentida como a perda de um membro querido da comunidade, evidenciando o impacto de sua presença e trabalho na região.
Em 1998, ao lado da esposa, Lélia Wanick Salgado, ele fundou o Instituto Terra, iniciativa que transformou terras áridas da Fazenda Bulcão em um modelo de recuperação ambiental. Com mais de 3,5 milhões de árvores plantadas e 1,5 mil nascentes recuperadas, o projeto também gerou empregos e educação ambiental para centenas de crianças. O diretor executivo do instituto, Sérgio Rangel, destacou que, mesmo após a morte de Salgado, sua visão continuará a inspirar e guiar o trabalho da organização.
Aimorés declarou três dias de luto oficial e prepara homenagens para celebrar a vida e o legado do fotógrafo. O prefeito Adriano Garcia enfatizou que Salgado não apenas elevou o nome da cidade no mundo, mas também transformou sua realidade local. Professores e moradores lembram dele como uma figura que uniu a comunidade em torno de um projeto comum, eternizado até no hino municipal. Seu trabalho ambiental e afetividade pela terra natal deixaram marcas que seguirão vivas para as futuras gerações.