Sebastião Salgado, um dos mais renomados fotógrafos do mundo, faleceu aos 81 anos em Paris. Nascido em Aimorés, Minas Gerais, ele abandonou uma carreira em economia para se dedicar à fotografia após uma virada inspirada por sua esposa, Lélia. Ao longo de mais de 50 anos, Salgado percorreu mais de 130 países, capturando imagens icônicas em preto e branco que retrataram desde tragédias humanitárias até a beleza intocada da natureza. Seu trabalho, marcado por projetos como “Êxodos” e “Gênesis”, documentou a migração humana, conflitos e a resistência de comunidades indígenas, consolidando-o como uma voz única na fotografia documental.
Além de seu legado artístico, Salgado deixou uma marca profunda na conservação ambiental. Em 1998, ele e Lélia fundaram o Instituto Terra, iniciativa que recuperou mais de 600 hectares de Mata Atlântica e replantou milhões de árvores no Vale do Rio Doce. O projeto, que também revitalizou nascentes, tornou-se um símbolo de como a restauração ambiental pode transformar vidas e ecossistemas. Salgado via a natureza como uma força curativa, capaz de “lavar a alma”, e dedicou seus últimos anos a combater a devastação da Amazônia, destacando a importância de preservar a floresta viva.
A morte de Salgado repercutiu globalmente, com homenagens de líderes, artistas e veículos como The New York Times e BBC, que o celebraram como um mestre da fotografia e um defensor da Terra. Sua trajetória, retratada no documentário “O Sal da Terra”, mostrou como ele transitou entre a escuridão da humanidade e a esperança na sua capacidade de regeneração. Deixando um acervo de imagens poderosas e um instituto que continua seu trabalho, Salgado partiu, mas sua mensagem de amor pelo planeta permanece viva.