Sebastião Salgado, um dos fotógrafos mais importantes da história, faleceu aos 81 anos. Mineiro de Aimorés, ele ficou conhecido por suas imagens em preto e branco que capturavam a essência da humanidade e do planeta. Seu trabalho documental incluiu projetos como “Amazônia”, no qual passou sete anos retratando a floresta, seus rios e povos originários, incluindo os Yanomami. A notícia de sua morte foi confirmada pelo Instituto Terra, ONG fundada por ele e sua esposa, Lélia Wanick.
Davi Kopenawa, xamã e principal líder Yanomami, lamentou a perda do fotógrafo, lembrando da amizade e do respeito que Salgado dedicou ao seu povo. Kopenawa destacou que as imagens de Salgado ajudaram a dar visibilidade aos Yanomami, mostrando-os com dignidade e combatendo preconceitos. O líder indígena relembrou momentos como a expedição ao Pico da Neblina, onde Salgado registrou cenas emblemáticas com a proteção espiritual de um xamã local.
Salgado deixou um legado que vai além da fotografia, sendo reconhecido por seu compromisso com a justiça social e ambiental. Suas obras, como “Trabalhadores” e “Êxodos”, retrataram realidades duras e belas em mais de 120 países. O Instituto Terra destacou em sua homenagem que Salgado e Lélia transformaram devastação em esperança, mostrando que a restauração ambiental é um ato de amor pela humanidade. Sua morte encerra uma trajetória de lentes que revelaram o mundo em suas contradições e belezas.