Sebastião Salgado, um dos fotógrafos mais importantes da história, faleceu aos 81 anos. Mineiro de Aimorés, ele ficou conhecido por seu trabalho em preto e branco, que capturou a essência da humanidade e do planeta. Sua lente documentou desde conflitos sociais até belezas naturais, como a Amazônia, onde conviveu com povos originários, incluindo os Yanomami. O Instituto Terra, ONG fundada por ele, confirmou sua morte, atribuída a complicações de saúde decorrentes de anos de trabalho em ambientes desafiadores.
Davi Kopenawa, xamã e líder Yanomami, destacou a importância do trabalho de Salgado para dar visibilidade aos povos indígenas. O fotógrafo passou uma semana na comunidade Watoriki, registrando o cotidiano e a relação dos Yanomami com a floresta. Kopenawa relembrou com emoção a amizade construída, afirmando que Salgado lutava ao lado deles pelo respeito aos direitos indígenas. Uma das imagens mais marcantes foi feita no Pico da Neblina, com a proteção espiritual de um xamã, simbolizando a harmonia entre o homem e a natureza.
Salgado deixou um legado que vai além da fotografia. Junto com sua esposa, Lélia Wanick, ele promoveu a restauração ambiental e a conscientização sobre a devastação da Amazônia. Suas obras, como “Trabalhadores” e “Êxodos”, revelaram as contradições do mundo, enquanto seu projeto “Amazônia” celebrou a diversidade da floresta e seus povos. Sua morte foi lamentada por admiradores e comunidades que viram nele um aliado na luta por um planeta mais justo e preservado.