O renomado fotógrafo Sebastião Salgado, falecido recentemente, deixou um legado não apenas para as artes e o fotojornalismo, mas também para o meio ambiente. Junto de sua esposa, Lélia Wanick, ele liderou um projeto de reflorestamento que plantou mais de três milhões de árvores nativas em uma área degradada da Mata Atlântica, na bacia do Rio Doce, em Minas Gerais. A iniciativa foi viabilizada por meio do Instituto Terra, fundado em 1998, que recuperou mais de dois mil hectares de floresta na região da antiga fazenda da família.
O Instituto Terra tornou-se referência mundial em restauração ecossistêmica, educação ambiental e desenvolvimento rural sustentável. Até 2025, mais de 2.300 hectares de Mata Atlântica haviam sido recuperados, com ações que incluem o plantio de árvores, a limpeza de nascentes e a conscientização das comunidades locais. Apesar do financiamento parcial de uma empresa mineradora—alvo de críticas por seu histórico ambiental—o projeto demonstrou impacto positivo na região.
A Mata Atlântica, o bioma mais desmatado do Brasil, ainda enfrenta desafios, com perda de 71 mil hectares em 2024. Mesmo assim, o trabalho de Salgado e do Instituto Terra mostra que a recuperação é possível. Com a morte do fotógrafo, a instituição promete continuar honrando seu legado, promovendo justiça ambiental e beleza natural, valores que ele sempre defendeu.