Sebastião Salgado, um dos mais renomados fotógrafos do mundo, faleceu na França aos 81 anos. Nascido em Aimorés, Minas Gerais, ele inicialmente se formou em economia antes de se dedicar à fotografia, onde se destacou por retratar condições sub-humanas e injustiças sociais em mais de 40 países. Sua carreira decolou após trabalhar para agências como Sygma, Gamma e Magnum, esta última fundada por ícones como Henri Cartier-Bresson. Salgado também criou a agência Amazonas Images, focada em seu trabalho autoral.
Entre seus projetos mais marcantes estão as séries “Outras Américas”, que documentou povos indígenas latino-americanos, e “Trabalhadores”, que expôs a realidade de trabalhadores manuais ao redor do mundo. Sua cobertura dos garimpeiros da Serra Pelada, no Pará, tornou-se icônica, com uma das imagens sendo eleita pelo New York Times como uma das 25 que definem a modernidade. Além disso, ele dedicou anos a registrar a vida de migrantes e refugiados em obras como “Êxodos” e “Retratos de Crianças do Êxodo”.
Salgado recebeu diversos prêmios internacionais, incluindo o Eugene Smith de Fotografia Humanitária e o Prêmio Hasselblad. Sua trajetória foi imortalizada no documentário “O Sal da Terra”, dirigido por seu filho Juliano e por Wim Wenders, indicado ao Oscar em 2015. Ele deixa um legado que combina arte, denúncia social e conservação ambiental, além de sua família, incluindo a esposa Lélia Wanick Salgado e os dois filhos.