Paleontólogos descobriram um fóssil de 506 milhões de anos no Burgess Shale, na Colúmbia Britânica, que pode alterar a compreensão da evolução dos artrópodes modernos. A nova espécie, batizada de *Mosura fentoni*, era um predador marinho microscópico com três olhos, incluindo um centralizado e maior, além de características anatômicas únicas, como uma região abdominal segmentada com brânquias. Os fósseis, coletados entre 1975 e 2022, estão excepcionalmente preservados e sugerem que esses ancestrais dos artrópodes já exibiam uma diversidade surpreendente.
O *Mosura fentoni* media cerca de um dedo indicador e provavelmente nadava como uma raia, usando nadadeiras para se locomover. Sua boca, em formato de apontador de lápis, era equipada com placas serrilhadas para capturar presas, enquanto suas garras frontais bifurcadas diferiam das estruturas encontradas em outros radiodontes. Acredita-se que ele se alimentava de vermes poliquetas e pequenos organismos marinhos, indicando um estilo de vida predatório especializado.
A descoberta, publicada na *Royal Society Open Science*, desafia hipóteses anteriores sobre a evolução dos radiodontes, sugerindo que a transição para corpos segmentados pode ter ocorrido mais cedo do que se pensava. O Burgess Shale, conhecido por preservar fósseis do Período Cambriano com riqueza de detalhes, continua a ser uma fonte valiosa para entender a vida marinha primitiva. Essa pesquisa oferece novas pistas sobre como os artrópodes, que hoje representam mais de 80% das espécies animais, se diversificaram ao longo do tempo.