Adelmário Coelho, cantor tradicional do forró nordestino, destacou a importância de preservar a cultura junina durante entrevista. Com mais de 30 anos de carreira, ele criticou a desproporção de ritmos como arrocha e sertanejo nos festivais de São João, argumentando que o forró deve ser o protagonista. “A música não briga com a outra, mas os contratantes têm responsabilidade com a cultura”, afirmou, defendendo que outros gêneros não devem superar o forró nesses eventos.
O artista também falou sobre a rotina intensa de shows durante o período junino, revelando que se prepara o ano todo fisicamente e mentalmente para a maratona de apresentações. Atualmente, ele prioriza qualidade sobre quantidade, reduzindo o número de shows por noite para evitar imprevistos logísticos. “A experiência me mostrou que a entrega precisa ser melhor”, explicou, destacando o cuidado com a voz e a energia para o público.
Sobre a evolução do forró, Adelmário reconheceu as mudanças no gênero, desde as bandas tradicionais até vertentes como o eletrônico e o piseiro. Ele citou Luiz Gonzaga como exemplo de renovação sonora, mas ressaltou a necessidade de manter a estrutura rítmica e a qualidade das composições. “O que não pode é quebrar o gênero”, concluiu, defendendo uma renovação responsável que preserve a identidade cultural do Nordeste.