José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, faleceu aos 89 anos nesta terça-feira (13), deixando um legado marcado por políticas sociais progressistas que colocaram o país em destaque internacional. Durante seu governo (2010-2015), o Uruguai se tornou o primeiro país sul-americano a legalizar o aborto e a regulamentar o mercado da maconha, além de ser o segundo no continente a aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Essas medidas consolidaram sua imagem como um líder inovador e transformaram o Uruguai em referência para debates sobre direitos sociais na América Latina.
Mujica, que também foi ministro da Agricultura e senador, era conhecido por seu estilo de vida simples e sua postura humilde, doando grande parte de seu salário para projetos sociais. Sua trajetória política foi influenciada por sua passagem como guerrilheiro nos anos 1960 e por seus 14 anos na prisão durante a ditadura militar uruguaia, onde sofreu torturas e isolamento. Após ser libertado em 1985, dedicou-se à política institucional, defendendo causas como a redução da desigualdade e o acesso a direitos básicos.
Nos últimos anos, Mujica enfrentou problemas de saúde, incluindo um tumor no esôfago e uma doença imunológica crônica. Sua morte foi lamentada pelo atual presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, que o descreveu como um líder querido e um símbolo de amor pelo povo. Mujica será lembrado não apenas por suas políticas ousadas, mas também por sua filosofia de vida, que inspira debates sobre justiça social e simplicidade no exercício do poder.