José Alberto “Pepe” Mujica Cordano, ex-presidente do Uruguai e ícone da esquerda latino-americana, faleceu nesta terça-feira (13), aos 89 anos, em seu sítio nos arredores de Montevidéu. Conhecido por seu estilo de vida simples e reflexões filosóficas, Mujica governou o Uruguai de 2010 a 2015, período marcado por políticas progressistas, como a descriminalização do aborto e a legalização da maconha. Sua trajetória incluiu passagens como guerrilheiro durante a ditadura civil-militar uruguaia, quando foi preso e torturado, e como defensor da integração latino-americana.
Durante sua presidência, o país reduziu a pobreza de 39% para 11,5%, expandiu programas sociais e promoveu direitos civis. Após deixar o governo, Mujica continuou influente na política, renunciando ao Senado em 2020 por precaução durante a pandemia. Em novembro de 2024, a Frente Ampla, coalizão da qual fazia parte, retornou ao poder no Uruguai com a eleição de Yamandú Orsi.
Mujica era um fervoroso defensor da união dos países latino-americanos, argumentando que apenas a integração regional poderia fortalecer a soberania da região. Em dezembro de 2024, foi condecorado pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, em reconhecimento à sua trajetória. Sua vida e legado continuam a inspirar debates sobre justiça social, simplicidade voluntária e cooperação internacional.