O Índice de Preços de Alimentos da FAO registrou média de 128,3 pontos em abril, com alta de 1% em relação a março, impulsionado principalmente pelo aumento nos preços de cereais, lácteos e carnes, que compensaram as quedas no açúcar e óleos vegetais. Embora o índice esteja 7,6% acima do nível de abril de 2023, permanece significativamente abaixo do pico histórico de março de 2022. Entre os cereais, o trigo e o milho tiveram altas moderadas, influenciados por fatores como restrições na oferta russa, estoques apertados nos EUA e ajustes tarifários, enquanto o arrose registrou leve avanço.
No setor de óleos vegetais, o índice recuou 2,3%, puxado pela queda no preço do óleo de palma devido ao aumento sazonal da produção no Sudeste Asiático, embora os óleos de soja e canola tenham seguido em alta. Já a carne apresentou aumento de 3,2%, com destaque para a suína, que beneficiou-se da retomada das exportações europeias e da demanda sazonal da Páscoa. A carne bovina e ovina também firmaram-se, enquanto a avícola teve alta moderada, especialmente no Brasil, onde a oferta foi impactada por desacelerações no processamento.
Os lácteos continuaram em trajetória ascendente, com alta de 2,4%, atingindo recordes na manteiga devido à escassez de estoques e demanda firme. O leite em pó e o queijo também subiram, impulsionados por restrições na Oceania. Por outro lado, o açúcar registrou queda de 3,5%, pressionado pela incerteza econômica global e pela produção brasileira acima do esperado, além da desvalorização do real e dos preços mais baixos do petróleo. O cenário reflete um mercado alimentar volátil, com tendências divergentes entre commodities.