O fluxo de usuários de drogas na região da Cracolândia, no centro de São Paulo, diminuiu drasticamente nos últimos dias, surpreendendo até mesmo o prefeito. A Rua dos Protestantes, que antes abrigava centenas de pessoas cercadas por gradis e um muro, agora está praticamente vazia. No entanto, reportagens flagraram a presença de grupos significativos em outros pontos da cidade, como Vila Campanela, Tatuapé, Consolação e Praça Marechal Deodoro, indicando que o problema não foi resolvido, mas sim redistribuído.
A dispersão teria sido influenciada por operações conjuntas entre prefeitura e governo estadual, incluindo a prisão de um traficante na Favela do Moinho, que supostamente afetou o fornecimento de drogas na região. Autoridades destacaram a redução do fluxo como um avanço, atribuindo-o a ações de assistência social, saúde e segurança. Entretanto, organizações não governamentais denunciaram aumento da violência policial, com relatos de agressões e apreensão de pertences pessoais.
A Cracolândia é um desafio histórico em São Paulo, e a dispersão de usuários para outras áreas não é inédita. Medidas como instalação de câmeras, fechamento de hotéis usados pelo tráfico e ampliação de serviços de saúde têm sido implementadas, mas especialistas alertam que a crise exige soluções integradas e duradouras. Enquanto o poder público comemora a redução localizada, a realidade mostra que o problema apenas se deslocou, exigindo atenção contínua.