As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul entre abril e maio de 2024 impactaram significativamente o crescimento econômico do estado, especialmente quando excluído o desempenho da agropecuária. De acordo com um boletim do Banco Central, o Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR) do estado cresceu 2,7% no ano passado, abaixo da média nacional de 3,8% sem considerar o setor agropecuário. O setor de serviços foi o mais afetado, com uma contração de 7,3% no estado, enquanto no resto do país houve expansão de 3,6%.
A produção agrícola sofreu menos devido ao fato de que grande parte das lavouras de verão já haviam sido colhidas antes das enchentes. No entanto, culturas como soja, milho e arroz registraram perdas. Dentro do setor de serviços, os segmentos mais impactados foram os serviços prestados às famílias (queda de 5,8%) e atividades turísticas (-14,3%), reflexo da mudança no padrão de consumo, do fechamento prolongado do aeroporto principal e da redução no fluxo de pessoas e mercadorias.
A indústria de transformação também cresceu menos no estado (0,6% contra 3,9% no resto do país), possivelmente devido a desafios logísticos causados por danos nas rodovias. Já o varejo ampliado teve desempenho superior à média nacional, com alta de 9,3% no estado. O Banco Central destacou que a recuperação tem sido gradual, com alguns setores ainda operando abaixo do nível pré-enchente no final de 2024.