Uma ação judicial inédita foi apresentada no tribunal estadual de Washington contra sete grandes empresas de petróleo e gás, incluindo Exxon Mobil, Chevron e Shell. A ação responsabiliza essas companhias pela morte de uma mulher durante a intensa onda de calor que atingiu os Estados Unidos em junho de 2021. Segundo o processo, a vítima faleceu vítima de hipertermia, com temperatura corporal interna de 43°C, após ser surpreendida pelo fenômeno climático conhecido como “bolha de calor”.
O caso é considerado o primeiro nos Estados Unidos a alegar morte por negligência diretamente vinculada às emissões de gases de efeito estufa geradas por empresas do setor de combustíveis fósseis. A ação acusa as companhias de não terem alertado adequadamente o público sobre os riscos das mudanças climáticas e de terem financiado campanhas para desacreditar o consenso científico sobre o aquecimento global. A representante legal da autora argumenta que há evidências de uma cadeia de causalidade clara entre as emissões e a tragédia ocorrida.
Especialistas citados na ação afirmam que a onda de calor extrema de 2021, que causou cerca de 600 mortes adicionais nos estados de Oregon e Washington, teria sido “praticamente impossível” sem a influência humana no clima. Embora se trate de uma ação civil, o processo se baseia em estudos acadêmicos que discutem a possibilidade de responsabilização legal de empresas por mortes relacionadas a eventos climáticos extremos. O caso destaca os impactos letais do aquecimento global e busca estabelecer um precedente jurídico significativo.