Na quarta (14) e quinta-feira (15), moradores de Minas Gerais registraram uma bola de fogo cruzando o céu, gerando curiosidade e questionamentos. Especialistas da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon) sugerem que o fenômeno pode ser resultado da reentrada na atmosfera de um fragmento do foguete Falcon 9, lançado em 2014 pela SpaceX. No entanto, a Agência Espacial Brasileira (AEB) ainda não confirmou a origem do objeto, deixando em aberto se tratava-se de lixo espacial, um meteoro ou outro corpo celeste.
O professor de física Yan Ferreira Martins explica que o fogo gerado durante a queda de objetos na atmosfera terrestre é causado pelo atrito com os gases, principalmente nitrogênio e oxigênio, devido à alta velocidade. A composição química do objeto também influencia nas cores observadas, como tons azulados em casos com maior presença de hidrogênio. Objetos que entram na atmosfera podem ser naturais, como meteoros, ou artificiais, como satélites e restos de foguetes, mas raramente atingem o solo intactos, pois costumam se desintegrar antes.
Embora a queda de objetos espaciais seja comum—com cerca de 17 mil meteoritos atingindo a Terra anualmente—o risco para as pessoas é extremamente baixo. A probabilidade de alguém ser atingido é estimada em 1 em 1,6 milhões, e a maior parte desses fragmentos cai no oceano, cobrindo mais de 70% do planeta. O fenômeno em Minas Gerais, que provavelmente se desintegrou antes de tocar o solo, serve como um lembrete do dinamismo do espaço e da atmosfera terrestre.