Nos primeiros cinco meses de 2025, 11 mulheres foram vítimas de feminicídio no Distrito Federal, todas mães, deixando 39 órfãos — 35 deles menores de idade. Dados da Secretaria de Segurança Pública revelam que, na última década, 421 crianças e jovens perderam suas mães para esse crime, com 175 sendo menores. Especialistas alertam que o trauma desses órfãos pode comprometer seu desenvolvimento emocional, escolar e social, especialmente quando a violência ocorre dentro do ambiente familiar, gerando hipervigilância e dificuldades de socialização.
O luto dessas crianças é agravado quando o agressor é o pai, criando uma confusão emocional entre raiva, tristeza e culpa. Muitas enfrentam mudanças drásticas, como mudança de lar ou acolhimento por instituições, perdendo não apenas os pais, mas também seu entorno social. Psicólogos enfatizam a necessidade de apoio profissional para ajudá-las a processar a dor e desconstruir sentimentos de culpa indevida.
Para mitigar os impactos, o governo do DF criou o Programa Acolher Eles e Elas, que oferece auxílio financeiro e acompanhamento psicossocial. No entanto, em 2025, apenas 12 dos 39 órfãos foram cadastrados, destacando desafios na implementação de políticas públicas. A Secretaria da Mulher reforça a importância da busca ativa e do engajamento familiar para garantir que essas crianças recebam o apoio necessário.