O governo federal revisou a projeção do deficit nas contas públicas para 2025, que passou de um superavit esperado de R$ 14,6 bilhões para um rombo de R$ 51,7 bilhões. Para ajustar-se à meta fiscal, que permite um deficit de até R$ 30,9 bilhões (-0,25% do PIB), o governo contingenciou R$ 20,7 bilhões em despesas, reduzindo a projeção para R$ 31 bilhões – no limite inferior da tolerância. Os dados foram divulgados no Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, publicado nesta quinta-feira (22.mai.2025), atrasado devido à votação da Lei Orçamentária Anual.
A nova projeção mantém-se dentro da meta fiscal, que busca equilíbrio entre receitas e despesas (deficit zero), mas revela desafios persistentes. Economistas já consideravam o superavit inicialmente projetado como distante da realidade, seguindo uma tendência observada em 2024. O rombo aumenta para R$ 97 bilhões quando incluídos os precatórios – dívidas judiciais irrecuráveis –, mas esses valores não compõem o cálculo oficial por estarem fora do marco fiscal.
O relatório, elaborado pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, indica que a equipe econômica continua a gerir as contas públicas dentro da margem de tolerância, priorizando o cumprimento das regras fiscais. A situação reforça a complexidade do ajuste entre arrecadação e gastos, com o governo buscando evitar desvios significativos, mesmo diante de pressões orçamentárias.