O governo federal decidiu suspender a cessão da área onde está localizada a Favela do Moinho, na região central de São Paulo, após questionar a forma como o governo estadual conduziu as desocupações. Em comunicado, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos afirmou que não apoia o uso de força policial contra moradores e destacou que o acordo original previa um processo negociado e transparente. A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) notificou o governo paulista, paralisando o procedimento de transferência do terreno, que seria destinado à criação de um parque.
Os protestos de moradores contrários às desocupações e demolições paralisaram a Linha 8-Diamante da CPTM pelo segundo dia consecutivo. A Polícia Militar esteve no local para assegurar a segurança dos funcionários responsáveis pela demolição das casas já desocupadas, mas sua presença gerou novos conflitos. Segundo a CDHU, 168 famílias já deixaram a favela, e seis imóveis foram demolidos, com planos de avançar conforme mais residentes forem realocados.
O governo federal autorizou inicialmente as demolições, desde que feitas de forma cuidadosa para minimizar impactos na comunidade. No entanto, a União ressaltou que a cessão do terreno estava condicionada a um processo de desocupação negociado, algo que, segundo o comunicado, não foi totalmente respeitado. O objetivo declarado é retomar a área para fins de desenvolvimento urbano, garantindo melhorias habitacionais para as famílias que vivem no local há décadas.