O governo federal está analisando a possibilidade de extinguir o desconto automático de mensalidades associativas e sindicatos diretamente dos benefícios do INSS. A discussão surge após uma operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União revelar um esquema de fraudes que desviou milhões de reais de aposentados e pensionistas. O ministro da AGU destacou que o sistema atual apresenta riscos e fragilidades, e que entidades hoje têm alternativas, como PIX e boletos, para cobrar associados sem depender do desconto em folha.
Dados do INSS mostram que os valores descontados cresceram significativamente, atingindo R$ 2,8 bilhões em 2023, mas não há clareza sobre quanto foi cobrado ilegalmente. Mais de 1,6 milhão de pessoas já solicitaram reembolsos por descontos não autorizados. A CGU recomendou que o INSS interrompa a prática, enquanto parlamentares discutem projetos para revogar a permissão legal vigente desde 1991.
A divergência no governo também se reflete nas opiniões de ministros: enquanto alguns defendem o fim do mecanismo, outros argumentam que o problema não é o desconto em folha, mas a falta de controle. O Congresso Nacional deve debater o tema, com projetos que propõem a proibição definitiva dos descontos em benefícios previdenciários. A decisão final do governo deve ser anunciada em breve.