O governo dos EUA decidiu bloquear novos subsídios federais para pesquisas na Universidade de Harvard até que a instituição cumpra uma série de exigências. A medida, comunicada em carta do Departamento de Educação, coloca a universidade em conflito direto com a Casa Branca, que já havia congelado US$ 2,2 bilhões em verbas. Entre as demandas, estão a revisão de políticas raciais, a abordagem de preocupações sobre antissemitismo no campus e a garantia de maior diversidade ideológica entre professores. Harvard, que alega interferência na liberdade acadêmica, entrou na Justiça para contestar o corte de recursos.
A disputa começou após o governo enviar uma lista de exigências, incluindo a nomeação de um supervisor externo e a divulgação de informações sobre estudantes internacionais acusados de má conduta. A universidade se recusou a acatar as determinações, acusando a administração federal de tentar impor um controle indevido. Enquanto isso, o bloqueio de novos subsídios pode impactar significativamente o orçamento de Harvard, que depende de verbas federais para 11% de seu financiamento anual, mesmo possuindo um patrimônio bilionário.
Especialistas veem a medida como uma mudança nas táticas do governo contra universidades, tornando mais difícil reverter as ações na Justiça. A situação levou Harvard a buscar alternativas, como a captação de recursos no mercado de títulos, enquanto prepara planos de contingência. O impasse reflete tensões mais amplas entre instituições de ensino e o poder público, com repercussões potencialmente duradouras para o financiamento da pesquisa acadêmica no país.