As autoridades do Federal Reserve receberam sinais de que o mercado de trabalho dos EUA permanece estável, mesmo diante das incertezas causadas pelas políticas comerciais do governo. Em abril, foram criados 177 mil empregos, número acima das expectativas, enquanto a taxa de desemprego se manteve em 4,2%. Esses indicadores sugerem que, apesar das tensões recentes—como a imposição de tarifas e a volatilidade nos mercados—a economia ainda demonstra resistência, permitindo que o Fed adote uma postura paciente em relação aos cortes nas taxas de juros.
Com a inflação acima da meta de 2% e o mercado de trabalho mostrando solidez, espera-se que o Fed mantenha as taxas de juros atuais no curto prazo, aguardando maior clareza sobre o impacto das tarifas no crescimento econômico. Analistas, como Lindsay Rosner, do Goldman Sachs Asset Management, destacam que os dados recentes dão margem para cautela, embora os riscos de desaceleração futura persistam. Operadores já ajustaram suas expectativas, passando a apostar em um possível corte apenas em julho, e não em junho, como previsto anteriormente.
Apesar da estabilidade momentânea, persistem dúvidas sobre como a economia responderá às medidas comerciais a longo prazo. Enquanto o Fed monitora os efeitos das tarifas e o comportamento da inflação, o cenário atual sugere que qualquer decisão sobre redução de juros será tomada com base em dados concretos, evitando medidas precipitadas. O relatório de abril reforça a ideia de que, por ora, o mercado de trabalho segue como um pilar de sustentação para a política monetária.