O Brasil registrou pelo menos quatro mortes por febre oropouche em 2025, sendo três no Rio de Janeiro e uma no Espírito Santo, segundo secretarias estaduais de saúde. Esses são os primeiros óbitos confirmados pela doença no mundo, após seu surgimento no país em 2024. Até maio deste ano, o Ministério da Saúde documentou 10.072 casos, um aumento de 56,4% em relação ao mesmo período de 2024. O Espírito Santo é o estado mais afetado, com 6.118 infecções, seguido pelo Rio de Janeiro, Paraíba e Ceará. Pessoas entre 20 e 59 anos representam a maioria dos infectados, mas há registros em menores de um ano.
A alta nos casos está associada à ampliação de testes diagnósticos e à detecção de uma nova linhagem do vírus, identificada pela Fiocruz. Especialistas apontam que mudanças climáticas, desmatamento e migrações humanas também contribuem para a disseminação. Embora a letalidade da doença ainda seja considerada baixa, a ocorrência de mortes e complicações neurológicas em casos graves preocupa as autoridades. Pesquisas indicam ainda uma possível relação entre a infecção em gestantes e casos de microcefalia em bebês, mas mais estudos são necessários para confirmar a ligação.
A febre oropouche é transmitida pelo mosquito maruim e apresenta sintomas similares aos da dengue, porém com menor risco de hemorragia. Não há tratamento específico, apenas medidas de suporte. A prevenção inclui evitar áreas com alta presença de mosquitos, usar repelente e eliminar criadouros. Com a possibilidade de mutações do vírus, especialistas alertam para a necessidade de monitoramento contínuo e ações de saúde pública para conter sua propagação.