O Brasil registrou pelo menos quatro mortes por febre oropouche em 2025, sendo três no Rio de Janeiro e uma no Espírito Santo. Até 16 de maio, o Ministério da Saúde contabilizou 10.072 casos da doença, um aumento de 56,4% em relação ao mesmo período de 2024. O Espírito Santo é o estado mais afetado, com 6.118 infecções, seguido pelo Rio de Janeiro, Paraíba e Ceará. Pessoas entre 20 e 59 anos representam a maioria dos infectados, mas há registros em menores de 1 ano, reforçando a necessidade de atenção.
A alta nos casos está associada à ampliação de testes de detecção e a fatores como mutações do vírus, mudanças climáticas e desmatamento. Uma nova linhagem do vírus oropouche (OROV), identificada pela Fiocruz, provavelmente surgiu no Amazonas entre 2010 e 2014 e se espalhou silenciosamente nos anos seguintes. Embora a letalidade da doença ainda seja considerada baixa, os óbitos recentes acendem um alerta, já que antes a infecção era vista como benigna.
Transmitida principalmente pelo mosquito-pólvora (Culicoides paraensis), a febre oropouche tem sintomas similares aos da dengue, mas pode evoluir para complicações neurológicas em casos graves. Pesquisas sugerem uma possível relação entre a infecção em gestantes e malformações fetais, como microcefalia, mas mais estudos são necessários. Como não há tratamento específico, a prevenção—com repelentes, eliminação de criadouros e evitar áreas com mosquitos—é essencial para conter a disseminação.