Familiares das vítimas dos acidentes com o Boeing 737 MAX planejam se opor a um acordo preliminar entre a fabricante e o Departamento de Justiça dos EUA, conforme revelado por um advogado representante. O acordo, discutido em uma reunião na sexta-feira, permitiria que a empresa evitasse uma condenação criminal em um caso de fraude relacionado a um sistema de controle de voo do avião. As famílias terão até quinta-feira para apresentar objeções por escrito, mas já adiantaram que rejeitam a proposta por considerá-la insuficiente diante da gravidade do caso.
O Departamento de Justiça ainda não decidiu se formalizará o acordo ou seguirá para o julgamento, marcado para 23 de junho. Caso aprovado, o acordo encerraria o processo sem que a fabricante fosse declarada culpada criminalmente, o que tem sido visto como um revés para as famílias, que pressionam por maior responsabilização. Em julho, a empresa já havia concordado em pagar uma multa de até US$ 487,2 milhões após se declarar culpada de conspiração para cometer fraude.
Os acidentes ocorridos na Indonésia e na Etiópia, em 2018 e 2019, resultaram na morte de 346 pessoas e levaram a uma série de investigações sobre falhas de segurança no 737 MAX. As famílias argumentam que o acordo não reflete a magnitude do que consideram “o crime corporativo mais mortal da história dos EUA”, citando declarações anteriores do juiz responsável pelo caso. A fabricante se recusou a comentar o assunto.