A Aliança Democrática (AD), coligação de centro-direita, venceu as eleições legislativas em Portugal, mas o grande destaque foi a ascensão do partido Chega, que conquistou 23% dos votos e empatou com o Partido Socialista (PS) em número de deputados. Fundado em 2019, o Chega ampliou sua influência de forma meteórica, marcando o fim do bipartidarismo tradicional no país. O líder do partido afirmou que o resultado representa uma mudança histórica, embora ainda não esteja claro se a AD buscará uma aliança com a legenda para governar.
O crescimento do Chega reflete um discurso voltado ao controle da imigração, combate à corrupção e defesa de políticas conservadoras. Seu líder, que já foi comentarista esportivo, ganhou notoriedade ao criticar políticas de subsídios para minorias étnicas e defender medidas mais rígidas contra a imigração descontrolada. Apesar de negar acusações de racismo, suas declarações polêmicas, incluindo críticas a comunidades muçulmanas, geraram controvérsia.
A eleição também evidenciou a influência de eleitores brasileiros em Portugal, embora seu peso no eleitoral seja pequeno. O partido recebeu apoio de figuras políticas conservadoras de outros países, incluindo o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, com quem compartilha propostas como a castração química para criminosos sexuais. Enquanto isso, o PS enfrenta uma crise interna após o empate com o Chega, levando à renúncia de seu líder. O resultado consolida a extrema direita como uma força majoritária no cenário político português.