A exportação de carne de frango do Brasil, maior exportador mundial, registrou queda de 1,5% em maio após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. O episódio levou mais de 40 países a imporem embargos totais ou parciais às importações do produto brasileiro, incluindo grandes compradores como China, União Europeia e México. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que a média diária de exportações caiu para 19,9 mil toneladas, contra 20,2 mil toneladas no mesmo período de 2023.
O impacto econômico depende das negociações entre o governo brasileiro e os países importadores, além da possível ocorrência de novos casos. Enquanto alguns mercados, como Coreia do Sul e Arábia Saudita, regionalizaram os embargos para o Rio Grande do Sul, outros suspenderam totalmente as compras. O Ministério da Agricultura descartou sete casos suspeitos, mas ainda investiga outros 12, incluindo um em granja comercial no Tocantins. A ausência de novos focos nos próximos 28 dias permitiria ao Brasil se autodeclarar livre da doença.
Analistas do Itaú BBA projetam que as exportações devem continuar em declínio pelo menos no próximo mês, com o cenário agravando-se se houver novos casos. O preço médio da tonelada exportada ainda apresenta alta anual, mas com leve recuo em maio. A indústria busca redirecionar embarques para mercados que mantiveram compras de outros estados, mitigando parte dos prejuízos. O setor aguarda a evolução das negociações e a contenção do surto para evitar perdas maiores, estimadas em até US$ 200 milhões mensais.