O Brasil registrou um aumento de 10,76% na capacidade instalada de energia eólica em 2024, alcançando 33,7 gigawatts (GW) no final do ano, com 1.103 parques em operação. No entanto, pela primeira vez na história do setor, houve uma desaceleração na adição de nova capacidade: foram instalados 3,3 GW em 2024, ante 4,8 GW no ano anterior. Os dados, divulgados pela Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (Abeeólica), mostram que o volume de investimentos no setor caiu para R$ 10,1 bilhões, representando apenas 8% do total aplicado em renováveis no país, o menor percentual desde 2015.
Apesar do crescimento, a presidente da Abeeólica descreveu 2024 como o ano mais difícil para a indústria eólica, citando a redução de contratos e os efeitos prolongados de um ciclo que leva três anos desde a contratação até a operação. A crise ainda não foi superada, mas há expectativas de melhora no médio e longo prazo, impulsionadas pelo compromisso do Brasil com a transição energética e o combate às mudanças climáticas.
Mesmo com a desaceleração, o Brasil subiu para o quinto lugar no ranking global de capacidade eólica onshore, atrás de China, EUA, Alemanha e Índia. Globalmente, a capacidade eólica atingiu 1.052 GW em 2024, com acréscimo de 109 GW no ano. O desempenho brasileiro reflete tanto os desafios recentes quanto o potencial do país na expansão de energias renováveis.