Em 2024, o Brasil registrou o maior número de desabrigados e desalojados por desastres climáticos desde 1991, com 1,13 milhão de pessoas forçadas a deixar suas casas devido a eventos extremos como chuvas intensas, secas e estiagens. Os dados, obtidos com exclusividade do Atlas Digital de Desastres no Brasil do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), revelam que o número inclui quem esteve nessa situação em algum momento do ano, não necessariamente de forma permanente. Além disso, 299 mil pessoas ficaram feridas ou adoeceram em decorrência direta desses eventos.
O ano de 2024 também teve um aumento significativo nas mortes relacionadas a desastres climáticos, com 306 óbitos, um crescimento de 58% em relação a 2023. Esse é o maior número desde 2022, quando 650 pessoas morreram. As chuvas intensas foram responsáveis por 79% das mortes, sendo o tipo de desastre mais letal e o segundo mais frequente, com 1.265 ocorrências. Já as estiagens e secas lideraram em recorrência, com 1.279 episódios registrados.
Entre as cidades mais afetadas, Canoas (RS) teve o maior número de vítimas fatais (31), seguida por Mimoso do Sul (ES), com 18, e Aguiarnópolis (TO), com 17. O município gaúcho foi epicentro das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, destacando os impactos devastadores das mudanças climáticas no país. Os dados reforçam a urgência de políticas públicas para mitigar esses efeitos e proteger populações vulneráveis.