Pesquisadores da Unicamp em Limeira (SP) descobriram que o excesso da proteína PARP1, ativada durante exercícios físicos intensos, está associado à perda de performance, fadiga e sintomas da síndrome de overtraining. Em testes com roedores, a superprodução dessa proteína levou ao desgaste muscular e estresse metabólico. Embora a PARP1 seja essencial para o reparo celular, sua ativação excessiva consome recursos vitais das células, prejudicando sua função.
O estudo também testou o medicamento olaparibe, usado no tratamento de certos tipos de câncer por inibir a PARP1. Nos roedores, a substância evitou os efeitos negativos do overtraining, mas os pesquisadores alertam que seu uso em pessoas saudáveis não é recomendado devido a questões éticas. A descoberta abre caminho para o desenvolvimento de novos fármacos que possam reduzir os danos musculares causados pelo excesso de exercício sem riscos à saúde.
A pesquisa, publicada na revista *Molecular Metabolism*, incluiu testes com humanos na Suécia, onde voluntários submetidos a treinos intensos apresentaram resultados semelhantes aos dos animais. A síndrome de overtraining afeta tanto atletas quanto praticantes de atividades físicas exageradas, causando fadiga crônica, dor muscular e queda no desempenho. O tratamento atual envolve repouso prolongado, mas o estudo sugere que futuros medicamentos poderão oferecer alternativas mais eficazes.