Um ex-seminarista de 33 anos denunciou ter recebido ameaças de morte e ataques homofóbicos após lançar um livro que expõe a cultura de silêncio em torno da homossexualidade entre padres e seminaristas. A obra, intitulada *A Vida Secreta dos Padres Gays*, aborda histórias de vida dupla, assédio sexual e tentativas de “cura gay” em seminários, além de revelar a existência de grupos secretos e impactos na saúde mental. O autor, que também relatou ter sido vítima de assédio e tratamentos inadequados durante seu tempo no seminário, buscou proteção junto à Polícia Civil e ao Ministério Público de São Paulo.
As ameaças, enviadas por redes sociais, incluíam mensagens intimidatórias com insinuações de violência. O autor descreveu o impacto emocional da situação, afirmando sentir-se isolado e inseguro, mesmo diante de acusações de que estaria usando as ameaças como estratégia de marketing. “Ninguém em sã consciência usaria o próprio medo como campanha”, declarou. A Igreja Católica não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas o livro tem gerado debates acalorados sobre moralidade e liberdade de expressão.
Publicado pela editora Matrix, o livro é baseado em entrevistas com padres, ex-seminaristas e outras figuras religiosas, sendo visto como uma denúncia direta às contradições internas da instituição. Enquanto o caso segue em investigação, o autor continua a exigir medidas para garantir sua segurança e o direito de divulgar sua obra. A polêmica em torno do tema reflete tensões mais amplas sobre sexualidade, poder e transparência no âmbito religioso.