Um ex-secretário-adjunto do Ministério da Justiça declarou ao STF que um ex-ministro da pasta participou de uma live em 2021, convocado por um ex-presidente, para discutir as urnas eletrônicas. Segundo o depoimento, o ex-ministro demonstrou desconforto devido à falta de conhecimento técnico sobre o assunto e solicitou que assessores preparassem um documento, elaborado por peritos da Polícia Federal, para embasar sua participação. Durante a transmissão, foram citados “indícios fortíssimos” que supostamente justificariam mudanças no processo eleitoral, embora o ex-secretário tenha afirmado não ter lido o material antes da live.
A Procuradoria-Geral da República aponta que o ex-ministro teria propagado informações infundadas sobre o sistema eleitoral durante a live, apesar de, em depoimento à PF, ter admitido que não havia evidências de fraude ou manipulação. O órgão interpreta a ação como parte de uma tentativa de disseminar notícias falsas sobre as eleições.
O STF segue ouvindo testemunhas no caso, que incluem integrantes do núcleo acusado de liderar uma organização criminosa envolvida na tentativa de golpe. Os depoimentos devem se estender até 2 de junho, com oitiva de nomes ligados a outras figuras investigadas.