José Mujica, ex-presidente do Uruguai, morreu aos 89 anos em sua casa nos arredores de Montevidéu, após lutar contra um câncer no esôfago. Conhecido por sua simplicidade e trajetória marcante, Mujica foi guerrilheiro, preso político durante a ditadura uruguaia e, mais tarde, tornou-se um dos líderes mais populares do país. Durante seu mandato (2010-2015), o Uruguai aprovou leis progressistas, como a descriminalização do aborto, a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e a regulamentação da maconha. Sua morte foi lamentada por líderes regionais e internacionais, que destacaram seu papel na integração latino-americana e seu compromisso com a democracia.
Text: Mujica deixou a prisão em 1985, após 13 anos de confinamento, sem cultivar ódio ou desejo de vingança. Sua carreira política incluiu passagens como deputado, senador, ministro e, finalmente, presidente, sempre defendendo a conciliação e o respeito às diferenças. Após a Presidência, continuou ativo no Senado até 2020, quando renunciou durante a pandemia. Em seus últimos anos, recebeu homenagens, como a condecoração do governo brasileiro, e enfatizou a importância da tolerância e da luta por um mundo mais justo.
Text: Seu funeral será discreto, conforme seu estilo de vida, com cremação e as cinzas depositadas ao lado de sua cadela, Manuela. Mujica deixa um legado de resistência, simplicidade e defesa intransigente dos direitos humanos. Sua mensagem final reforçava a necessidade de respeito às divergências e a esperança na juventude como construtora do futuro. O Uruguai decretou luto oficial até sexta-feira (16), honrando a memória de uma das figuras mais emblemáticas da história recente da América Latina.